domingo, 23 de setembro de 2012

VISÕES DO ALÉM



HP Lovecraft
Traduzido por Arthur Ferreira Jr.'.






Horrenda além de todo entendimento, a mudança que ocorrera em meu melhor amigo, Crawford Tillinghast. Eu não o via desde aquele dia, há dois meses e meio, quando ele contou-me o rumo que estavam levando suas pesquisas físicas e metafísicas; quando ele reagiu às minhas objeções fascinadas e quase assustadas expulsando-me de seu laboratório e casa, num surto de fúria fanática. Eu soube que ele havia permanecido a maior parte do tempo trancado em seu laboratório, no sótão, com aquela amaldiçoada máquina elétrica, comendo pouco, e evitando até mesmo os criados, mas não pensei que um breve período de dez semanas pudesse alterar e desfigurar tanto uma criatura humana. Não é agradável ver um homem robusto de repente emagrecer, e é ainda pior quando a pele flácida ficou amarelada, ou acinzentada, os olhos afundados, marcados de olheiras e por um brilho esquisito, a testa cheia de veias e rugas, e as mãos trêmulas e agitadas. E para piorar o caso, via-se uma falta de higiene repelente, uma desordem louca no vestuário, os cabelos escuros desgrenhados e brancos em suas raízes, e uma barba branca malcuidada onde antes não haviam sinais do barbear, tudo causando um efeito cumulativo bastante chocante. Mas era esse o aspecto de Crawford Tillinghast na noite em que sua mensagem quase incoerente levou-me a bater em sua porta, após minhas semanas de exílio; era esse o espectro que tremia ao receber-me, segurando uma vela, espiando furtivamente por sobre o ombro, como se temeroso de coisas ocultas em sua antiga e solitária casa no topo da Rua Benevolent.

Era um equívoco, Crawford Tillinghast jamais deveria ter estudado ciência e filosofia. Estas coisas devem ser deixadas para o investigador frio e impessoal, pois oferecem duas alternativas trágicas ao homem de sentimentos e ação; o desespero, se falhar em suas buscas, e terrores incomunicáveis e inimagináveis, caso tenha sucesso. Tillinghast havia antes sido presa do fracasso, solitário e melancólico; mas agora eu percebia, sentindo por dentro um medo nauseante, que ele era presa do sucesso. De fato, eu o havia advertido dez semana s antes, quando ele havia chegado, afobado com o relato do que achava estar próximo de descobrir. Estava então corado e empolgado, falando num tom alto e incomum, embora como sempre pedante.

“O que é que sabemos,” disse ele então, “do mundo e do universo ao nosso redor? Nossos meios de receber impressões são absurdamente escassos, e nossas noções dos objetos que nos cercam são infinitamente estreitas. Enxergamos as coisas apenas de acordo a como somos construídos para enxergá-las, e não conseguimos ideia alguma de sua natureza absoluta. Com cinco débeis sentidos, pretendemos compreender o cosmos, que é infinitamente complexo, porém outros seres, dotados de sentidos mais amplos, mais fortes, ou de uma gama diferente de sentidos, podem não apenas perceber as coisas de maneira bastante diferente da que percebemos, como podem perceber e estudar mundos inteiros de matéria, energia e vida que estão a nosso alcance mas que nunca podem ser detectados com os sentidos que temos. Sempre acreditei que esses mundos estranhos e inacessíveis estejam diante dos nossos narizes, e agora acredito ter encontrado uma maneira de romper as barreiras. Não estou brincando. Dentro de vinte e quatro horas, aquela máquina próxima à mesa vai gerar ondas, agindo sobre órgãos sensoriais não reconhecidos, que existem dentro de nós atrofiados, ou como vestígios rudimentares. Essas ondas abrirão a nós muitos vislumbres desconhecidos ao homem, e alguns desconhecidos de qualquer coisa que consideramos como vida orgânica. Enxergaremos aquilo que faz os cães uivarem na noite, e aquilo que faz os gatos levantarem as orelhas após a meia-noite. Enxergaremos essas coisas, e mais outras coisas que nenhuma criatura que respira jamais conseguiu ver. Saltaremos sobre o tempo, espaço, e outras dimensões, e sem que seja preciso o movimento físico, espiaremos os alicerces da criação.”

Quando Tillinghast disse essas coisas, fiz objeções, pois eu o conhecia bem demais, de modo que senti mais medo do que achei graça; mas ele estava fanático e expulsou-me da casa. Agora ele não era menos fanático, mas seu desejo de falar conquistara seu ressentimento, e fez exigências numa caligrafia que eu mal conseguia reconhecer. Ao entrar no lar de meu amigo, tão subitamente metamorfoseado numa gárgula trêmula, fui infectado pelo terror que parecia espreitar de todas as sombras. As palavras e crenças expressas dez semanas atrás pareciam vazar da escuridão além do pequeno círculo de luz de vela, e fiquei incomodado com a voz exausta e alterada de meu anfitrião. Pensava ver os criados ali, e não gostei quando ele me disse que haviam todos saído três dias antes. Parecia estranho, pelo menos, que o velho Gregory abandonaria seu mestre, sem pelo menos avisar um amigo próximo como eu. Fora ele mesmo que informara-me de tudo que eu sabia de Tillinghast, depois de eu ter sido expulso com tanta fúria.

Mesmo assim, logo pus de lado todos os meus medos em prol de minha crescente curiosidade e fascinação. Eu podia apenas cogitar exatamente o quê Crawford Tillinghast desejava, mas ele tinha algum segredo ou descoberta espantosa para compartilhar, sem dúvida. Antes, eu havia protestado contra suas observações antinaturais de coisas impensáveis; agora que ele havia, evidentemente, tido algum grau de êxito, eu quase compartilhava de seu entusiasmo, por mais terrível que parecesse o custo da vitória. Subindo pela desolação sombria da casa, segui a vela vacilante na mão daquela paródia trêmula de homem. A eletricidade parecia ter sido desligada, e quando perguntei a meu guia sobre isso, ele disse que havia uma razão definida para tanto.

“Seria demais... eu não ousaria,” ele continuou a resmungar. Notei especialmente o novo hábito de resmungos, pois não era coisa de Tillinghast falar sozinho. Entramos no laboratório do sótão, e percebi a detestável máquina elétrica, brilhando com uma luminosidade violeta doentia e sinistra. Estava conectada a uma bateria química poderosa, mas parecia não estar recebendo corrente; pois lembrei que em seu estágio experimental, ela crepitava e bramia quando ligada. Respondendo a minha pergunta, Tillinghast resmungou que aquele brilho permanente não era elétrico, não de alguma forma que eu pudesse compreender.

Ele fez-me sentar do lado da máquina, de modo que esta ficasse à minha direita, e ligou um interruptor em algum lugar logo abaixo do aglomerado superior de bulbos de vidro. Começou o crepitar de costume, que passou a ser apenas um chiado, e terminou como um zumbido tão leve que sugeria o retorno ao silêncio. Enquanto isso, a luminosidade aumentou, mais uma vez diminuiu, e então assumiu uma coloração pálida e esquisita, que eu não conseguiria classificar nem descrever. Tillinghast me observava, e notou minha expressão confusa.

“Sabe o que é isto?” sussurrou, “Isto é ultravioleta.” Ele reagiu à minha surpresa com um estranho risinho. “Você pensava que ultravioleta era invisível, e de fato é – mas você pode enxergá-lo, e outras coisas invisíveis, agora.”

“Preste atenção! As ondas dessa coisa estão despertando em nós milhares de sentidos adormecidos; sentidos que herdamos durante eras de evolução, do estado de életrons livres para o estado de humanidade orgânica. Eu enxerguei a verdade, e tenciono mostrá-la para você. Você consegue imaginar como é essa verdade? Vou explicar.” Aqui Tillinghast sentou-se diretamente oposto a mim, soprou a chama da vela e fitou meus olhos de maneira horrível. “Seus órgãos sensorais existentes – primeiro os ouvidos, creio eu – receberão muitas das impressões, pois estão intimamente conectados com os órgãos dormentes. E então virão os outros. Já ouviu falar da glândula pineal? Rio-me dos rasos endocrinologistas, tão iludidos e superestimados quanto os psicanalistas freudianos. Essa glândula é o principal órgão sensorial – assim descobri. No fim das contas, é similar à visão, e transmite imagens visuais ao cérebro. Se você é normal, é esta a forma com que apreenderá a maior parte... quero dizer, a maior parte das evidências do além.”

Meus olhos correram pelo imenso aposento do sótão, com sua parede sul inclinada, tenuamente iluminado por raios que o olho cotidiano não consegue enxergar. Os cantos mais distantes estavam cheios de sombras, e o lugar inteiro assumiu uma vaga irrealidade, que obscureceu sua natureza, e convidava a imaginação ao simbolismo e à fantasia. Durante o intervalo em que Tillinghast permaneceu calado, imaginei-me estar em algum vasto e incrível templo de deuses há muito mortos; algum vago edifício de inúmeras colunas de pedra negra, saindo do chão de lajes úmidas para juntar-se a um topo nebuloso, além do alcance de minha visão. A imagem por um tempo ficou bastante vívida, porém pouco a pouco, deu lugar a uma concepção mais horrenda; a concepção da solidão total e absoluta no espaço cego, mudo e infinito. Parecia haver um vácuo e nada mais que isso, e senti um medo infantil, que levou-me a buscar no bolso o revólver que eu carregava nas horas noturnas, desde que havia sido assaltado no leste de Providence. E então, das mais longínquas regiões remotas, o som suavemente boiou e fez-se existente. Era infinitamente tênue, sutilmente vibrante, e sem sombra de dúvida musical, mas tinha um aspecto de instabilidade exagerada que fazia com seu impacto sentisse como uma delicada tortura em todo o meu corpo. Senti sensações como aquelas que se sente quando se pisa em vidro no chão, por acidente. Simultaneamente, surgiu algo como uma corrente de ar frio, que parecia passar por mim, vinda da direção do som distante. Esperando sem fôlego, percebi que tanto o som quanto o vento aumentavam; e o efeito dava-me a bizarra impressão de estar preso aos trilhos no caminho de uma gigantesca locomotiva, que chegava cada vez mais perto. Comecei a falar com Tillinghast, e ao fazê-lo, todas as impressões incomuns desapareceram abruptamente. Eu enxergava apenas o homem, a máquina brilhante, e o apartamento em sombras. Tillinghast sorria repelente, notando o revólver que eu havia quase inconscientemente sacado, mas por sua expressão, eu tinha certeza de que ele havia visto e ouvido tanto quanto eu, se não muito mais. Sussurrei o que eu havia experienciado, e ele ordenou-me que permanecesse tão quieto e receptivo quanto possível.

“Não se mexa,” avisou, “pois sob estes raios, podemos tanto ser vistos quanto ver. Eu te disse que os criados foram embora, mas não disse como. Foi culpa daquela governanta de cabeça dura – ela ligou as luzes lá embaixo, depois de eu ter alertado que não o fizesse, e os fios pegaram vibrações simpáticas. Deve ter sido aterrador – pude ouvir os gritos aqui em cima, apesar de tudo que estava vendo e ouvindo de outra direção, e mais tarde, foi bastante desagradável encontrar aquelas pilhas de roupas vazias, largadas pela casa. As roupas da sra. Updike estavam próximas do interruptor do salão principal – é por isso que sei o que ela fez. A coisa pegou todos eles. Mas conquanto permaneçamos imóveis, estaremos perfeitamente seguros. Lembre-se, estamos lidando com um mundo horroroso, no qual estamos praticamente indefesos... fique quieto!

A combinação do choque da revelação com o comando abrupto causou-me uma espécie de paralisia, e aterrorizada, minha mente mais uma vez abriu-se às impressões vindas do que Tillinghast chamava “além.” Estava agora num vórtice de som e movimento, de imagens confusas diante de meus olhos. Enxergava os contornos borrados do aposento, mas em algum ponto do espaço, parecia brotar uma coluna efervescente de formas ou nuvens irreconhecíveis, penetrando o telhado sólido em algum ponto adiante, à minha direita. Notei então mais uma vez o efeito do templo, mas desta vez, os pilares alcançavam um oceano aéreo de luz, que lançava para baixo um raio cegante sobre o caminho da coluna nebulosa que eu enxergara antes. Depois disso, a cena ficou quase totalmente caleidoscópica, e na mistura de visões, sons, e impressões sensoriais não identificadas, sentia como se fosse dissolver, ou de alguma forma, perder a forma sólida. Tive uma visão definida, que lembrarei para sempre. Por um instante, pareci contemplar um trecho de um estranho céu noturno, cheio de esferas luminosas e girantes, e enquanto esse trecho afastava-se de mim, notei que os sóis brilhantes formavam uma constelação, ou galáxia, de formato definido; e esse formato era o do rosto distorcido de Crawford Tillinghast. Em outro momento, senti enormes coisas animadas roçando em mim, e às vezes passando ou vagando pelo meu corpo supostamente sólido, e pensei notar Tillinghast fitando-as como se seus sentidos melhor treinados pudessem percebê-las visualmente. Lembrei o que ele havia dito sobre a glândula pineal, e imaginei o que ele podia enxergar com esse olho sobrenatural.

De súbito, eu mesmo fui dotado de uma espécie de visão aprimorada. Acima e além do caos luminoso e sombrio, surgiu uma imagem que, embora vaga, possuía os elementos da consistência e da permanência. De fato era algo familiar, pois a parte incomum era sobreposta à cena terrestre comum, de forma bastante similar à projeção de cinema, que pode ser lançada sobre a cortina escura. Eu enxergava o laboratório no sótão, a máquina elétrica, e a forma desagradável de Tillinghast diante de mim; mas em todo o espaço não ocupado por objetos familiares, nenhuma partícula estava vazia. Formas indescritíveis, tanto vivas quanto inanimadas, mesclavam-se numa desordem nauseante, e próximo a cada coisa conhecida, haviam mundos inteiros de entidades alienígenas e desconhecidas. Da mesma forma, parecia que todas as coisas conhecidas entravam na composição de outras coisas desconhecidas, e vice-versa. Mais notáveis entre os objetos vivos, percebiam-se monstruosidades, similares a águas-vivas e feitas de negrume, que agitavam-se flácidas, em harmonia com as vibrações da máquina. Estavam presentes numa profusão repugnante, e para meu horror, percebi que elas sobrepunham-se; que eram semifluidas e capazes de passar umas por dentro das outras, e pelas coisas que pensamos ser sólidas. Aquelas coisas nunca paravam, mas pareciam sempre flutuar com algum propósito maligno. Às vezes, pareciam devorar umas às outras, o atacante lançando-se contra sua vítima e instantaneamente obliterando-a de vista. Sentindo calafrios, percebi o que devia haver obliterado os infelizes criados, e não pude excluir esse pensamento da mente, enquanto lutava para observar outras propriedades do mundo invisível ao nosso redor, e que agora estava visível diante de mim. Porém Tillinghast estava me vigiando, e começou a falar.

“Consegue enxergá-las? Consegue enxergá-las? Enxergou as coisas que flutuam e agitam-se ao seu redor e através de você, em todos os momentos de sua vida? Consegue enxergar as criaturas que formam o que os homens chamam de ar puro e de céu azul? Não consegui quebrar as barreiras; não mostrei a você mundos que nenhum outro homem vivo jamais viu?” Ouvia seu grito através daquele caos horrível, e vi seu rosto selvagem aproximar-se ofensivo. Seus olhos eram poços de chamas, e fitavam-ne com o que eu agora percebia ser um ódio intenso. A máquina zumbia de maneira detestável.

Você acha que essas coisas trêmulas eliminaram os criados? Idiota, são inofensivas! Mas os criados desapareceram, não foi? Você tentou me impedir; desencorajou-me quando eu precisava de cada gota de encorajamento que pudesse conseguir; você estava com medo da verdade cósmica, seu maldito covarde, mas agora eu te peguei! O que aniquilou os criados? O que os fez gritar tão alto?... Não sabe, hein! Mas vai saber logo, logo. Olhe para mim – preste atenção ao que estou dizendo – você realmente supõe que existam coisas como tempo e magnitude? Imagina existir coisas como forma, ou matéria? Pois eu lhe digo, eu atingi profundezas que seu cerebrozinho não conseguiria conceber. Eu enxerguei além dos limites da infinitude e arrastei demônios das estrelas... eu canalizei as sombras que vagam de mundo em mundo, semeando morte e loucura... o espaço a mim pertence, está ouvindo? Coisas estão me caçando agora – as coisas que devoram e dissolvem – mas eu sei como ludibriá-las. É você que elas pegarão, como pegaram os criados... Está agitado, senhor? Eu disse que era perigoso se mexer, eu o salvei até agora, dizendo que ficasse parado – salvei-o para ver mais coisas, e ouvir minhas palavras. Se você tivesse se mexido, elas o teriam pego bem antes. Não se preocupe, elas não vão machucar você. Elas não machucaram os criados – foi enxergá-las que fez os pobres diabos berrarem tanto. Meus bichinhos não são bonitos, pois vêm de lugares onde os padrões estéticos são – bem diferentes. A desintegração é um processo indolor, asseguro a você – mas eu quero que você as veja. Eu quase as vi, mas soube quando parar. Está curioso? Eu sempre soube que você não era um cientista de verdade. Tremendo, hein. Tremendo de ansiedade para ver as coisas mais ocultas que eu descobri. Por que não se move, então? Está cansado? Bem, não se preocupe, meu amigo, pois elas estão vindo... Olhe, olhe, mas que diabo, olhe... estão logo acima de seu ombro esquerdo...”

O resto do que há para ser dito é bastante breve, e você já pode saber por ter lido nos jornais. A polícia ouviu um tiro na velha casa Tillinghast, e nos encontrou ali – Tillinghast morto, e eu inconsciente. Eles prenderam-me, porque o revólver estava em minha mão, mas libertaram-me três horas depois, pois descobriram que Tillinghast havia morrido de apoplexia, e perceberam que meu tiro havia sido contra a nociva máquina, que agora está estilhaçada para sempre no chão do laboratório. Eu não contei muito do que vi, pois temi que o legista ficasse cético; mas ouvindo o resumo evasivo que dei, o médico avaliou que eu havia, sem dúvida, sido hipnotizado pelo louco vingativo e homicida. Gostaria de acreditar nesse médico. Ajudaria meus nervos abalados se eu pudesse não considerar mais o que agora penso do ar e do céu ao meu redor e sobre mim. Nunca mais senti-me sozinho ou confortável, e uma horrenda sensação de perseguição às vezes me toma como um calafrio, quando estou cansado. O que me impede de acreditar no médico é um fato muito simples – a polícia nunca encontrou os corpos daqueles criados que dizem que Crawford Tillinghast assassinou.








Escrito em 1920 e originalmente publicado com o título em inglês de From Beyond, em 1934 na Fantasy Fan.
Traduzido para o português em setembro de 2012.